quinta-feira, 21 de outubro de 2010

(Por) Minha Mãe

A relação entre pais e filhos nem sempre é harmoniosa. No filme Eu Matei Minha Mãe ("J'Ai Tué Ma Mère", Canadá, 2009) o jovem diretor canadense Xavier Dolan mostra como é esse tipo de vinculo quando atinge o insuportável. Bastante autobiográfico, o filme explora bem os personagens e os conflitos são devidamente aprofundados. Um drama de primeira categoria.


A história é, antes de tudo, sobre os conflitos do jovem Humbert na vida. Sua crise existencial adolescente reforçada pela relação insustentável com sua mãe e mais o fato de ser homossexual. Isso constrói o clima pesado do drama, que focaliza o problema materno como tema principal.


O fato de ter traços autobiográficos garante uma verossimilhança impecável e um efeito catártico ao filme. Dolan só falou sobre o que sabia falar muito bem, conseguiu despejar suas emoções na tela. O filme mostra a crueldade e o caos da relação entre um adolescente e sua mãe: o amor acima de tudo dialogando com o ódio momentâneo e cotidiano.


A mensagem é, apesar de tudo, sobre o amor incondicional de uma mãe por seu filho e vice-versa. O ódio só permanece porque o laço entre os dois é de força extrema. O próprio personagem afirma que todo o conflito existente entre eles se deve unicamente ao fato de serem mãe e filho, caso o contrario, se dariam bem.


É um filme completo: explora a linguagem de forma interessante, é bonito esteticamente e tem um roteiro excelente. O drama tem o charme e a complexidade de um clássico. Sua carga emocional e poética é surpreendente para um filme dirigido por um jovem de apenas vinte anos. Com certeza, uma obra especial e singular.

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