segunda-feira, 4 de outubro de 2010

FESTIVAL DO RIO: Terror Experimental


O público já deve ter notado que um novo perfil de filmes de terror está se estabelecendo ultimamente. "Bruxas de Blair", "Cloverfield", "REC" e "Atividade Paranormal" tem marcado um novo estilo com orçamentos baixos, roteiros pouco elaborados e uma apelação para o terror psicológico. A Casa Muda ("La Casa Muda", Uruguai, 2010) confima que faz parte dessa nova geração e deixa pontos positivos e negativos para esta nova cinematografia.


Filmado com uma Cannon 5D e com um gasto de apenas 6 mil dólares, o filme alcança o clima proposto principalmente pelo seu formato em plano sequência e a escolha da trilha sonora. A experiência, segundo o diretor Gustavo Hernández, trabalharia a questão do medo em tempo real que, de fato, dialogou muito bem com o gênero. A qualidade técnica se surpreende com o caminhar da narrativa, enquanto esta última, pouco trabalhada, deixa no espectador a impressão de ter perdido alguma coisa no caminho.


A história se passa em um casa no interior, mal cuidada, onde Laura (Florenccia Colucci) e seu pai estão por terem sido contratados pelo amigo Nestor para reformá-la. Uma vez que Nestor os deixa, Laura não consegue dormir com os constante barulhos no segundo andar. Ela acorda o pai e, a partir do momento em que ele sobe para verificar o que estava acontecendo, a tensão se inicia. A adolescente começa a explorar o local contrariando o pedido de Nestor, que deixou o conselho de não visitar o segundo andar.


Tirando os clichês de construção do medo em filmes de terror, como o clássico modelo da casa mal assombrada e as perturbações psíquicas que desencadeiam a trama, o conjunto é uma obra digna de análise não somente pelo cuidado técnico. Com menos de uma semana de filmagem, é um trabalho exemplar de produção, arte e planejamento que deixa o plot em segundo plano e a experiência cinematográfica em primeiro. Uma boa escolha.

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