sexta-feira, 8 de outubro de 2010

FESTIVAL DO RIO: Descosturado em Estética e Psicanálise




Filho Terno – O Projeto Frankenstein ("Szelíd Teremtés - A Frankenstein-terv", 2010) é uma remontagem do romance de terror gótico de Mary Shelley sob paradigmas totalmente diferentes. Inúmeras referencias, sempre boas, são dadas durante a produção, o que acaba causando ainda mais diversão aos que conhecem a história original.

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O monstro deslocado, rejeitado e a procura de uma família/sociedade compatível com sua estrutura é Rudi, 17 anos, que cresceu em um orfanato e sonha em poder recuperar a vida com os pais. Quase por acaso, o jovem entra em um teste de elenco dirigido por seu progenitor perdido ao mesmo tempo em que tenta se conciliar com sua rabugenta mãe. Tudo parecia encaminhado, mas um assassinato faz com que as coisas percam o rumo. Quando o diretor percebe que este estranho e calado rapaz é seu filho, descobre também que o garoto é um monstro perverso. Levado pela culpa de ter abandonado o jovem, decide acompanhá-lo em seu percurso brutal, em uma busca terrível por redenção.



O filme têm uma enorme preocupação estética e aposta muito em enquadramentos e locações. Tanto cuidado acaba resultando em um ponto negativo. Com uma trilha sonora muito bonita mas sem grandes implicações e um humor que varia entre o sarcástico e o negro, a produção força a parte técnica. Em alguns momentos, o longa tem um ritmo muito contemplador, extrapolando a linha da trama. Os personagens são caricatos da psicanálise e tornam-se todos bastante curiosos. As atuações são boas e o roteiro é inteligente enquanto adaptação.

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Mesmo com um argumento muito interessante e um roteiro promissor, o trabalho se perde no caminho. Talvez seja um filme direcionado demais para um público de nicho (os conhecedores da história original de Frankenstein), mas vale a pena conferir, se inteirar e comparar as obras.

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