quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Banho de Espuma

Interferir em tempo e história, além de poder brincar com o conceito de destino é, com toda certeza, um assunto carregado de inspiração cinematográfica. Fazer o imaginário trabalhar dentro desse campo tão cheio de possibilidades e de caminhos, como de costume, não decepciona no resultado da obra e provoca o espectador dentro da famosa inquietude humana do “e se…”. Desde a história de Marty McFly e do Dr. Emmet Brown em “De Volta Para O Futuro” (Back To The Future, 1985, EUA), até o inquieto personagem de Ashton Kutcher e seus diários em “Efeito Borboleta” (The Butterfly Effect, 2004, EUA), o assunto não sai das telonas. Sendo assim, que tal voltarmos com tudo em uma banheira de hidromassagem?

ressaca poster

“A Ressaca” (Hot Tube Time Machine, EUA, 2010) começa pegando o embalo do aclamado “Se Beber Não Case” (The Hangover, EUA, 2009), sucesso não somente entre a galera pipoca, como também entre o pessoal que curte uma desconstrução cult regada a álcool. Sair da rotina com os melhores amigos em uma viagem e encher o pote pode te levar a um tigre no quarto ou, como preferiu o diretor Steve Pink, a uma viagem alucinógena com peladões e ursos dançantes. O momento “descarga” na jacuzzi com falha elétrica transporta os marmanjos de suas vidas mais ou menos para o melhor período que viveram: a adolescência.

ressaca 1

Adam (John Cusack), Lou (Rob Corddry), Nick (Craig Robinson) e Jacob (Clark Duke) encontram-se frente a frente com a oportunidade de mudar de rumo. Sem falsos moralismos, é importante destacar que o melhor do argumento reside na virada do jogo. Palmas (sinceras) ao não politicamente correto, que se abriga cada vez mais aconchegado nos braços da comédia contemporânea.

ressaca 2

O filme tem todos os elementos que uma comédia precisa: piadas, duplo sentido, erotismo e personagens bem marcados. Apesar disso, certos pontos na trama incomodam por forçar demais a ideia de humor, claramente desnecessários uma vez que a narrativa caminha bem. Fora isso, o mergulho na linguagem, no estilo, na arte, nas cores e na vibe dos anos 80 supera qualquer desacerto que o roteiro possa passar. Quem não vai cantarolar New Order baixinho depois?



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