É incrível como Hollywood produz todos os anos filmes quase idênticos. Praticamente todo mês somos bombardeados por comédias românticas milionárias sem sal nenhum. Coincidências do Amor é só mais uma dessas. Já conhecemos esses personagens, já assistimos a essa relação amorosa e já ouvimos essas piadas sem graça.
A história do filme é simples e boba: Sem nunca ter achado um homem para casar, Kassie (Jennifer Aninston) resolve fazer uma inseminação artificial para poder engravidar. Consegue o esperma de Roland (Patrick Wilson), um cara bonito e charmoso. Seu melhor amigo, Wally (Jason Bateman), que sempre foi apaixonado por ela, não gosta da idéia e acaba trocando o esperma de Roland pelo dele mesmo.
O tema do filme é até interessante: Inseminação artificial por doação. Se não tivesse caído na desgraça da indústria de comedias românticas, poderia ser um drama de primeira categoria. O humor do filme é péssimo, esboçar um sorriso é o máximo que o espectador vai conseguir com ele. A própria relação dos protagonistas é forçada: Se o roteiro não afirmasse, a amizade dos dois não convenceria ninguém.
O personagem de Jason Bateman é a ilustração perfeita dos “namorados” desse tipo de filme. Um bobalhão de meia idade que se apaixona por uma mulher mais madura. Jennifer Aninston também não brilha no filme. Talvez tenha escolhido o gênero errado, depois do sucesso de “Friends” mergulhou
em comédias românticas chatas. Só acertou em “Marley & Eu”, que é uma excessão.
Entre tantos defeitos, o filme até que ganha uma singularidade com a voz em primeira pessoa que o acompanha. Logo no início, há uma reflexão interessante feita pela voz de Wally: Enquanto a câmera acompanha o movimento de milhares de pessoas numa estação de metrô, Bateman fala um pouco sobre destino e encontros aleatórios. Infelizmente, isso não é o suficiente para salvar o filme.
Coincidências do Amor não é bom. Falta originalidade, falta intensidade e falta graça. O filme insiste numa situação que todo mundo já cansou e não traz nenhuma novidade interessante. É uma comédia sem graça misturada com um romance sem intensidade. Infelizmente, é isso que Hollywood tem produzido com freqüência.
