Filmes cujo tema principal são animais geralmente são taxados como “ame ou odeie”. Com Marley & Eu não é diferente. Adaptado do romance best-seller não-ficção, é previsível e abusa de clichês hollywoodianos, como as piadas manjadas, edição linear, temática melodramáticas, etc. Mesmo assim, agrada aos que têm algum vínculo sentimental com bichos de estimação e aos que gostam de uma história leve e divertida.
O filme conta a história do casal John (Owen Wilson) e Jenny (Jennifer Aniston), que sonhavam ser pais. Como ela não conseguia engravidar, ele resolve comprar um cachorro para despertar o sentimento materno nela. A vendedora resolve vender um deles por um preço mais baixo, eles só não desconfiaram do porquê...
O filme é uma adaptação do livro homônimo, escrito a partir da síntese das colunas de John Grogan para vários jornais. A história não é fictícia, mas é claro que os textos eram “fatos cotidianos, só que mais engraçados”. A trama mostra o vínculo emocional de Marley, “o pior cachorro do mundo”, com o dono, fazendo com que os espectadores riam e, eventualmente, também chorem.
A história não humaniza o animal como tradicionalmente se faz, já que Marley é a personificação mais irracional possível de um cachorro. Talvez por isso a trama seja obrigada a focar na relação familiar, que passa a artificialidade da “perfeição” desejada pela maioria das pessoas. Parece comercial de margarina, mesmo com eventuais discórdias entre as personagens e o cão causando problemas. Infelizmente, a vida real não é tão fácil.
A interpretação é convincente, com destaque para Jennifer Aniston como mãe e dona-de-casa. Os v;arios cães utilizados para "interpretar" Marley foram bem treinados e cumprem o seu papel. É evidente que a edição tem peso na naturalidade dessas cenas.
Marley & Eu não é um filme que traz questionamentos, conteúdos subtextuais, ou alguma inovação, mas cumpre sua proposta: ser divertido. É daqueles para reunir a família na sala, saboreando um balde de pipoca de microondas.
