
Um argumento que, se bem trabalhado, poderia dar em um belo roteiro. Não foi o caso. Atuações muito modestas e uma edição perdida em si. Um filme onde até mesmo os figurantes podem ser apontados por sua má atuação (tudo bem que não é para esperar muito deles, mas que pelo menos não pareçam robôs perdidos e ritmados). Fatalmente, Sinto sua Falta (Te Extraño, 2010) não cumpre nenhuma expectativa, a começar pela fraca atuação de Fabián Hofman, o diretor.
A história acompanha fielmente o ponto de vista do jovem argentino Javier, de 15 anos. Em meio à ditadura Militar de 70, o garoto vê em seu irmão mais velho, Adrián, um incentivo para se revoltar contra o estado. Ele passa a cometer pequenos delitos enquanto seu mentor lidera um grupo guerrilheiro contra Peron. O desaparecimento do irmão após um confronto com a polícia faz com que Javier seja obrigado pelos pais a viajar para o México, onde tenta uma vida nova com os tios. O menino fica atormentado com a situação e se perde entre as saudades e a vontade de fazer jus à memória de Adrián.
O filme não expõe qualquer tipo de violência e por pouco não podemos afirmar que é completamente livre de ação, ainda que aborde um tema totalmente favorável. A história é mal distribuída e grande parte dos momentos de conflito emocional do protagonista são desnecessários. O longa ainda consegue alguma redenção em sua boa fotografia e enquadramentos, além de aproveitar insistentemente as lindas paisagens das cidades onde foi rodado. Não passa disso. Algumas vezes, parece que uma boa cena vai finalmente ser aproveitada. Não se iluda. Essas, que em um primeiro instante são promissoras, não passam o tal instante.
O filme poderia, até mesmo, abusar do erro e conseguir ser divertido por isso, mas não! Erra de forma chata, monótona e descompensada. Erra com um diretor tentando seguir modelos e em alguns momentos arriscando inovações presas no medo. Com Sinto sua Falta, Fabián Hofman mancha sua ainda pouco prestigiada filmografia.
A trama não consegue chegar à nenhum clímax. Incrivelmente, faz com que todos os momentos se prolonguem e, ao mesmo tempo, sejam abordados superficialmente. É uma história que não soube ser contada. O que era para ser cômico, é bobo; o que era para ser reflexivo, é monótono; o que era para emocionar, é chato. E sobre a trilha sonora... Bem.... juro que não me lembro dela.