Crianças encapetadas e seus pais enrolados encontramos em qualquer lugar do mundo. Lidar com isso é, portanto, um tema que já começa a conquistar pela narrativa. Por isso, depois de emplacada a fórmula em Nanny McPhee - A Babá Encantada , o segundo movimento com Nanny McPhee e As Lições Mágicas retoma elementos do primeiro, elabora um pouco mais a estrutura do roteiro e dos personagens e não deixa de agradar o público.
Neste segundo filme, duas realidades diferentes entram em conflito. As crianças da cidade chegam à casa dos primos que moram no campo e esse encontro faz surgir disparidades e dificuldades de adaptação. No fogo cruzado, a mãe e dona da casa senhora Green, que espera o marido voltar da guerra, não consegue administrar a situação. Neste contexto, bate à porta a já conhecida do espectador Nanny McPhee, com sua aparência estranha e 5 lições que pretende passar.
O que essa história de Emma Thompson (que além de interpretar a babá, assina o roteiro do filme) tem a mais do que a a primeira, é uma menor preocupação em explorar os personagens. Assim, a quantidade aumentou, os conflitos tornaram-se mais numerosos e o filme caminhou para “redenção” com menos força. Com esta narrativa mais cheia, o desfecho da trama perdeu um pouco no impacto final, coisa na qual o primeiro filme, claramente delineado sobre o personagem de Colin Firth, não encontra problemas.
Mais uma vez, fica clara a predominância das figuras infantis costurando o filme. Neste em específico há uma sutil autonomia nas atitudes que, apesar de empurradas pela magia da babá, se confirmam ao longo da produção como um amadurecimento mais interno do que induzido. Apesar da direção simples, e da espera não confirmada de fotografia e direção de arte mais presentes, o público alvo não irá questionar a obra como entretenimento.
