O jovem diretor canadense Xavier Dolan, um dos destaques do FestRio do ano passado, está de volta com seu segundo filme, Amores Imaginários ("Les Amours Imaginaires"). Depois de acumular mais de 15 prêmios com o primeiro trabalho, incluindo alguns em Cannes, o sucessor de Eu Matei Minha Mãe não só não desaponta como merece aplausos. Eu só queria descobrir por que diabos o título em inglês ficou Heartbeats, mas tudo bem...
A protagonização é dividida entre dois amigos de longa data, Francis (o próprio Dolan) e Marie (Monia Chokri), que se apaixonam pelo carinhoso Nicolas (Niels Schneider) praticamente ao mesmo tempo. Naturalmente, a amizade é abalada e se converte em uma espécie de disputa, alimentada pela falta de percepção de Nico, que dá sempre muita atenção aos dois. Como ambos pontos de vista são explorados, parece que o rapaz está empenhado em um jogo duplo de sedução, até que os "amigos" partem apara a briga física e o "objeto de desejo" cai na real e se afasta. Mas isso não é o fim da história, que se desenrola até o reencontro.
Com uma direção muito bem estruturada, o filme mistura diferentes linguagens com uma incrível naturalidade, que o levou, mais uma vez, a Cannes, agora na mostra Un Certain Regard. Amores Imaginários tem cenas inteiras com corte acelerado, sendo seguidas por longos planos-sequência, sem causar estranhamento. Além disso, utiliza muito bem uma linguagem documental intercalando depoimentos sobre paixões fracassadas, que não sabemos se são reais ou não, com a luta obsessiva dos amigos.
Também é fácil encontrar citações, ou pelo menos a influência, de grandes nomes do cinema: a musa a la Godard, os enquadramentos de Wong Kar-Wai e trilha sonora Tarantinesca. Tudo isso sendo costurado por uma fotografia deslumbrante e mixagem impecável, que criam um filme de muitos gêneros mas, apesar disso, é de uma pureza cinematográfica ímpar. Mais um trabalho invejável de um premiado diretor de 21 anos de idade. É apenas um filme, coisa que muitos tentam sem conseguir.
A protagonização é dividida entre dois amigos de longa data, Francis (o próprio Dolan) e Marie (Monia Chokri), que se apaixonam pelo carinhoso Nicolas (Niels Schneider) praticamente ao mesmo tempo. Naturalmente, a amizade é abalada e se converte em uma espécie de disputa, alimentada pela falta de percepção de Nico, que dá sempre muita atenção aos dois. Como ambos pontos de vista são explorados, parece que o rapaz está empenhado em um jogo duplo de sedução, até que os "amigos" partem apara a briga física e o "objeto de desejo" cai na real e se afasta. Mas isso não é o fim da história, que se desenrola até o reencontro.
Com uma direção muito bem estruturada, o filme mistura diferentes linguagens com uma incrível naturalidade, que o levou, mais uma vez, a Cannes, agora na mostra Un Certain Regard. Amores Imaginários tem cenas inteiras com corte acelerado, sendo seguidas por longos planos-sequência, sem causar estranhamento. Além disso, utiliza muito bem uma linguagem documental intercalando depoimentos sobre paixões fracassadas, que não sabemos se são reais ou não, com a luta obsessiva dos amigos.
Também é fácil encontrar citações, ou pelo menos a influência, de grandes nomes do cinema: a musa a la Godard, os enquadramentos de Wong Kar-Wai e trilha sonora Tarantinesca. Tudo isso sendo costurado por uma fotografia deslumbrante e mixagem impecável, que criam um filme de muitos gêneros mas, apesar disso, é de uma pureza cinematográfica ímpar. Mais um trabalho invejável de um premiado diretor de 21 anos de idade. É apenas um filme, coisa que muitos tentam sem conseguir.
