
Em Valdívia, Juan (Ivan Alvarez de Araya) era cego, até que foi operado e recuperou parte de sua visão, passando a sofrer preconceitos dos outros cegos, que não o deixam mais participar de atividades do grupo. David (Gregory Cohen) acaba de ser remanejado na empresa, quando apaixona-se por sua secretária e ainda tem que ouvir sermões de seu filho, judeu ortodoxo. Rafael Gajardo (Eduardo Paxeco) é um segurança de shopping que através das câmeras se deslumbra por uma cliente, mas mal sabe ele que ela é casada. Imagine todas esses contos juntos e você terá Ilusões Óticas (“Ilusiones Ópticas”, Chile, 2009), de Cristián Jiménez.
Com um roteiro muito bem estruturado, as histórias de todos personagens estão emaranhadas, como se fosse um cômico, e chileno, “Crash – No Limite”. Dizer "como esse mundo é pequeno" é pouco, pois todos os protagonistas estão de alguma forma interligados. Com atuações incríveis, o filme brinca com as excentricidades de cada um, dissecando seus dilemas diante do espectador.
Além disso, o filme ainda consegue trazer questionamentos originais e nunca abordados: quem diria que um cego sofreria preconceitos ao poder ver? É assim que, através da comédia, o filme aborda temas sérios como este, levando o público à reflexão.
Além do roteiro, o resto do filme é bonzinho e nada mais surpreende. Mesmo assim, ele acaba se tornando um divertido “água com açúcar”.
