terça-feira, 21 de setembro de 2010

FESTIVAL DO RIO: No meio de lugar nenhum… com muita, muita neve



Em um campo coberto de neve e apesar dos ventos muito fortes, vê-se duas figuras encasacadas. Estes são Jean-François e Julyvonne Sauvageau (Emmanuel e Philomène Bilodeau, respectivamente), pai e filha – tanto na ficção quanto na vida real – em torno dos quais gira a trama de Curling (Canadá, 2010), de Denis Côté.



Jean-François é um homem reservado e introvertido que vive uma vida pacata, isolado no meio de muita neve ao lado de sua filha. Quando ele sai para trabalhar, Julyvonne fica sozinha, proibida de ir para a escola. Após limpar tudo meticulosamente, ela sai para passeios e, em um destes, encontra vários corpos mortos cobertos pela neve. Assustada, corre para casa, mas não consegue falar com seu pai a respeito. Mesmo sendo só os dois, percebe-se uma enorme distância entre ambos e os problemas que tem de interagirem com outras pessoas. E é assim, que através de personagens excêntricos como a estilosa secretária, Isabelle (Sophie Desmarais), que vemos a família tentar ultrapassar suas dificuldades e talvez um dia chegar a ser mais feliz.


Com um roteiro que deixa muito a desejar pela falta de conflitos na narrativa e com zero trilha sonora, Curling compensa com uma fotografia magnífica. De planos detalhes mostrando as particularidades de uma rotina até exuberantes planos gerais das planícies canadenses, o diretor de fotografia Josée Deshaies conquista o espectador para o frio de sua imagem, dominada por uma iluminação azulada de inverno.


Sem uma trama muito interessante, o filme é... enfim frio, lento, beirando o entediante. E para aqueles que como eu não sabiam o que é curling antes do filme, é um jogo quase como bocha no gelo, mas com arremesso de pesos e vassourinhas.


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