sábado, 25 de setembro de 2010

FESTIVAL DO RIO: Mães Ao Quadrado


Muitos filmes hollywoodianos têm aproveitado a temática da "família incomum", como numa incorporação dessas novas estruturas familiares que, contradizendo a expressão clichê, são cada vez mais comuns. Se os pais ou mães solteiros já cansaram o público, chegou a vez de colocar nas telonas dois pais ou, no caso, duas mães batalhando pra criar seus filhos. Minhas Mães e Meu Pai ("The Kids Are All Right"), no entanto, explora essa temática de forma absolutamente simplória e, portanto, inovadora.



Jules (Julianne Moore) e Nic (Annette Bening) são um casal prestes a entrar na crise da meia-idade e que está às voltas com a criação de seus dois filhos adolescentes: Joni (Mia Wasikowska), com 18 anos, e Laser  (Josh Hutcherson), com 15. Uma família americana padrão, carregando os conflitos e simbolismos de sempre. Nesse caso, o foco da trama está no encontro da família com o doador de esperma que, no passado, permitiu que as crianças fossem concebidas e, agora, chega para desestabilizá-los emocionalmente. E quem nunca viu, em um filme, jovens buscando seus pais biológicos contra a vontade das mães?


Pode parecer clichê, mas é exatamente a falta de originalidade na trama-base que garante a existência de uma estrutura narrativa impecável. Não se trata de mais um "filme gay", mas sim de uma comédia romântica leve, familiar e divertida. Os diálogos inteligentes garantem boas gargalhadas até mesmo nos momentos mais dramáticos da história e todos os outros aspectos técnicos não desapontam.


As excelentes atuações, cheias de caras e bocas mas na medida exata e nos momentos certos, dispensam comentários. O único porém iria para Mark Ruffalo que, como sempre, passa o filme inteiro com aquela mesma cara de cachorro chorão arrependido, mas isso também não chega a incomodar.

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