quinta-feira, 23 de setembro de 2010

FESTIVAL DO RIO: Virtualidade Real


O jovem Gaspard (Grégoire Leprince-Ringuet) e sua namorada, Marion (Pauline Etienne) passam férias no litoral sul da França. Calor, praia, pouca roupa. Amigos curtindo o mar. O casal se afasta. Calor, vestiário, celular tocando. Celular? Sim, é a interrupção causada pelo toque de um celular perdido que dá o pontapé inicial na trama de Buraco Negro ("L'Autre Monde"), de Gilles Marchand.



Curiosos, os dois pombinhos decidem encontrar pelo dono do aparelho e, consequentemente, a bela mulher que marcou um encontro com ele. Acabam indo parar em um lugar ermo e perdem o rastro dos procurados. Aproveitam, então, o momento a sós até que, mais uma vez, são interrompidos. Os grunhidos de um cão os guiam até um carro fechado. Dentro dele, em um estranho ritual suicida, o cadáver do homem jaz ao lado do corpo da moça, a bela e misteriosa Audrey (Louise Bourgoin), que causa uma estranha obscessão no rapaz.


Na relação repleta de coincidências que Garspard inicia com ela, ele conhece o jogo de realidade virtual "Black Hole", uma espécie de "Second Life"dark. No mundo imaginário, Sam, avatar de Audrey, é escrava de uma espécie de clube privê. Daí pra frente, a relação virtual dos dois vai sendo levada com uma naturalidade narrativa impressionante a consequências que afetam as vidas reais deles e de todos à sua volta.


A ambientação da trama, apesar de bastante verossímil, não chega a ser suficientemente desenvolvida para que o espectador abstraia sua previsibilidade, prejudicando alguns momentos de suposto suspense e, especialmente, a reta final. Mesmo com ótimas atuações e grande cuidado técnico nas cenas live-action, são as excelentes animações CGI, que simulam o ambiente virtual do jogo, que se destacam e carregam boa parte dos méritos do filme, ao lado da trilha sonora muito bem escolhida. É apenas o segundo longa-metragem de Marchand, e vale a pena dar uma conferida.

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