quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Através da Janela [Especial Alfred Hitchcock]


Quem nunca espiou seus vizinhos? É com esta dúvida que Alfred Hitchcock abre as cortinas das janelas e adentra a vizinhança no início de Janela Indiscreta (“Rear Window”, Estados Unidos, 1954).


O filme conta a história de L. B. Jeffries (James Stewart), um fotógrafo renomado que, após um acidente, fica preso em casa com a perna quebrada. Numa época sem televisão ou internet, seu maior passatempo é bisbilhotar a vida alheia. Isto torna-se uma obsessão e nem sua charmosa namorada, Lisa Fremont (Grace Kelly), consegue desviar sua atenção. Como sempre acontece mais cedo ou mais tarde, Jeffries vê algo que não deveria e suspeita de um assassinato. No entanto, sem maiores provas, a única coisa a fazer é continuar espiando pela janela e tentar solucionar o mistério.


É engraçado tentar narrar o mundo privado inexplicável em que vivemos quando achamos que não tem ninguém nos observando. Com diálogos inteligentes, sobre relacionamentos e clichês amorosos, e uma trama que deixa todos ansiosos para resolver o caso, o roteiro de John Michael Hayes é atemporal, criando uma história imperdível mesmo depois de mais de cinquenta anos desde o lançamento do filme.


Através de muitos efeitos sonoros e de situações corriqueiras, cria-se o ambiente da vizinhança. Para filmá-la, foi criado o maior set da Paramount Studios até então e, como toda a história é contada a partir do apartamento de Jeffries, há um intenso uso de planos subjetivos.


Assim, vemos quase tudo pelos olhos do personagem, mas como não temos sua mente investigativa, Jeffries nos faz de tolos. Observar o homem com uma teleobjetiva é incrivelmente interessante, mas como Janela Indiscreta nos mostra, também pode ser muito perigoso.

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