
Tensão! Essa é a palavra que define A Sombra de Uma Dúvida ("Shadow Of A Doubt", 1943). A sensação de medo e desconforto impressiona. Dificilmente alguém assistirá e não fechará as mãos em determinadas cenas, ou não ficará torcendo para algum personagem, mostrando a maestria do diretor em aguçar os sentidos do público.
O filme conta a história de Charlie (Joseph Cotten), um assassino de viúvas ricas que, fugindo da polícia, vai para o interior passar um tempo com a família. Isso faz a alegria de sua sobrinha, Charlie (Teresa Wright), chamada assim por sua causa. O comportamento estranho do tio e as visitas dos detetives que o investigam levam a sobrinha a descobrir que ele é um assassino. Assim, além de sua decepção, ela convive com a dúvida de revelar, ou não, o terrível segredo à família.
O clima de tensão vem, em parte, da decisão de Hitchcock em mostrar quem é o vilão no início da trama. Isso dá uma sensação de medo só dele estar presente em uma mesa de jantar com a família. O clímax está nas partes finais, quando o coração de muitos espectadores baterá mais rápido com as circunstâncias.
Há vários remakes deste filme, sendo a maioria em formato de radio novela. Uma outra versão cinematográfica foi feita em 1958 com o nome "Step Down To Terror", dirigido por Herry Keller, não alcançando o sucesso do original. Hitchcock declarou várias vezes que essa é uma das suas tramas favoritas.
A Sombra de Uma Dúvida é um clássico. Com atuações convincentes, bom enredo, e ênfase no suspense, ele surpreende em várias cenas, e o final, além de ser digno de palmas, deixa um sentimento de "quero mais".