sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Tudo Por Um Pouco de Dinheiro Diversão

Sabe todos aqueles filmes trash de luta e guerra que lotavam os cinemas nos anos 80? Claro que sabe. A tv nunca deixou ninguém esquecer deles, né? Mas e quando todos os valentões bombados que enfiavam a porrada até em tanques de guerra decidem lutar brincar juntos? Acho que você já percebeu onde eu quero chegar. Se trata da estreia nacional de Os Mercenários ("The Expendables", EUA, 2010), dirigido por Silvester Stallone (é, o Rambo). Então escolha suas armas, e una-se ao time.


Além de Stallone, o filme traz Jason Statham (da série "Carga Explosiva"), Jet Li ("Herói"), Dolph Lundgren (da série "Soldado Universal"), Rand Couture ("Cinturão Vemelho"), o lutador Steve Austin, Terry Crews ("As Branquelas"), Mickey Rourke ("Sin City - A Cidade do Pecado") e, para dar um alívio, a bela atriz brasileira Giselle Itié. E não posso esquecer de citar as participações super-especiais de Bruce Willis (da série "Duro de Matar") e Arnold Schwarzenegger (de "O Exterminador do Futuro"). Aliás, toda vez que Crews aparecia na tela, meu inconsciente ficava cantarolando "A Thousand Miles", da Vanessa Carlton. Por que será?


Na trama, Barney Ross (Stallone) é o líder de uma espécie de clube de motoqueiros-exterminadores-mercenários, cuja lealdade é marcada na pele pela tatuagem de uma caveira com um corvo e a inscrição "expendable". Ele é contratado pele Mr. Church (Willis) para "resolver um problema" em um pequeno país latino, depois que o grupo liderado por Schwarzenegger recusa o serviço. Após uma avaliação da situação, acabam recusando o serviço também, mas são identificados pelo governo local e se vêem obrigados a salvar a vida de Sandra (Itié), seu contato no país. E, para isso, explode tudo que está em seu caminho, como era de se esperar.


O filme é uma grande sequência de elementos típicos, usando com maestria todos os clichês "anos 80" que vocês podem imaginar mas, ao contrário dessas produções que vemos todas as tardes na tv, é incrivelmente bem realizado. Possivelmente a produção mais bem cuidada de um filme do gênero, e ouso especular o motivo: talvez esse tipo de cinema já não venda tantos ingressos quanta há 30 anos.


A trilha sonora é extremamente bem colocada, os diálogos são inteligentes e, quase sempre, brincadeiras veladas sobre o passado e o futuro das carreiras deles. A edição é ágil, como era de se esperar, mas os elementos que mais me surpreenderam foram a fotografia e, acreditem, a direção. Stallone extraiu o máximo de seus atores, inclusive de si mesmo, abusou de ótimos enquadramentos, inclusive alguns relativamente difíceis de serem realizados. É aí que entram os aplausos ao fotógrafo, Jeffrey Kimball (de "Be Cool - O Outro Nome do Jogo"). Não há um só momento em que as cores não estejam perfeitas (a não ser no sangue, mas isso é culpa da direção de arte) e o foco não esteja impecável.


Os Mercenários superou, e muito, todas as minhas expectativas. Sugiro fortemente que todos aqueles que têm preconceitos em relação ao filme os deixem de lado e vão se divertir um pouco. Tudo bem, se você desmaia vendo sangue, talvez não seja uma boa ideia... Mas o importante é que o filme cumpre seus objetivos principais: divertir o grande público e, como consequência, arrecadar rios de dinheiro.


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