Um filme que nasce de uma boa ideia, consegue extrair o melhor dos seus recursos e cumpre as expectativas. É o caso da nova produção de Chris Meledandri ("A Era do Gelo" e "A Era do Gelo 2"), Meu Malvado Favorito ("Despicable Me", 2010), que entretém e cativa espectadores de todas as idades, deixando ainda um gostinho de ‘quero mais’.
Gru é um homem de meia idade fascinado pela prática do mal e que trata sua própria vilania como profissão. Ao ver sua carreira ameaçada por malfeitores mais novos e eficientes, ele planeja o crime do século: roubar a lua. Para isso, conta com seu fiel seguidor e cientista maluco, Dr. Nefário, e um exército de Minions (intrigantes criaturinhas amarelas de procedência desconhecida). Porém, a jornada apresenta vários empecilhos, como a necessidade de arrecadar fundos, um rival atormentado e três menininhas órfãs que tentam encontrar em Gru um novo pai.
A produção resgata um valor que vinha sendo banalizado nos filmes mais atuais. O 3D. Desta vez o recurso é utilizado de forma muito inteligente, fazendo realmente valer a pena o valor a mais do ingresso. Cenas como as no espaço e na montanha russa são exemplos de ideias simples que ajudam nesta diferença. O perigo talvez seja uma queda de divertimento na versão 2D.
A animação conta também com uma trilha sonora ótima, trabalhada e criada especialmente por Pharrell Williams. As músicas unem um estilo infantil, pop e eletrônico, conseguindo alcançar os mais variados personagens da trama, desde as crianças, com sua temática inocente, até Gru em seus momentos mais terríveis. O filme encontra uma comédia que transita por vários estilos e mesmo assim funciona de um jeito leve, sem apelar ou ofender nenhum público. O ponto alto está nos Minions, sempre divertidos, confusos e surpreendentes. Nos fazendo querer vê-los mais vezes em ação.
A questão sobre os motivos que levam à maldade é constantemente abordada no longa, em personagens bem trabalhados. Ainda que o filme nos faça acompanhar vilões com infinitas possibilidades e maldades surreais, os mais terríveis acabam sempre sendo personagens menos fantasiosas e com atitudes não só possíveis como comuns no mundo real, como a dona da creche ou a própria mãe de Gru. ‘Meu Malvado Favorito’ nos faz repensar as pessoas e lembrar que não existe ninguém que seja completamente mau ou bom. Afinal, quem nunca sentiu vontade de furar uma enorme fila usando um raio congelante?
