quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O Trem dos Mistérios [Especial Alfred Hitchcock]


"Um suspense típico Hitchockiano" é a frase que melhor define A Dama Oculta (The Lady Vanishes, 1938). Close-ups em mãos misteriosas, morte onde apenas a sombra do assassino aparece e outras características que imortalizaram o diretor. Este foi o penúltimo filme dele produzido na Inglaterra. Graças ao estrondoso sucesso nos Estados Unidos, “abriu as portas” para a ida de Hitchcock a Hollywood.


A Dama Oculta se passa em uma pequena cidade europeia, onde Iris (Margaret Lockwood) fica retida em uma estalagem por causa de uma nevasca. Ela combina de se encontrar com a governanta, a Sra. Froy (May Whitty), no trem. Mas quando chega, a governanta desaparece. Iris começa a perguntar a várias pessoas, mas parece que ninguém ouviu falar dela. Convencida de que não está louca, começa a procurá-la.


Hitchcock consegue criar uma trama envolvente, com personagens carismáticos, e em poucos cenários. Noventa porcento da trama se passa num trem, e o diretor abusa de planos detalhes nos elementos que passariam despercebidos em outros filmes (o apito do trem, as roupas da freira, a canção do início do filme, etc). A história consegue te prender graças à mistura de drama, comédia e história policial, chegando ao clímax em seu desfecho, que revelará um segredo com o qual é possível traçar um paralelo com as histórias de Agatha Christie.


A história é uma adaptação de um livro homônimo, mas com diferenças consideráveis, sendo a mais notável a caracterização das personagens, já que a escolha dos atores não segue as aparências descritas no romance. Um personagem foi cortado, e outros dois (Charters e Caldicott) foram criados para a versão cinematográfica. Um remake foi produzido em 1979 dirigido por Anthony Page, sendo um fiasco comercial.


Apesar de não ter nenhuma cena “extraordinária”, é daqueles filmes que aguçam a sua curiosidade, não fazem você dormir, e te deixam preso até o último minuto. Sem dúvida é um dos melhores da era britânica de Alfred Hitchcock, demonstrando que um bom filme não precisa de grandes produções, mas de criatividade.
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