
Um “filme mudo”, só que falado. Esta é a impressão que Ricos e Estranhos (Rich And Strange, 1932) passa, graças aos inter-títulos, a maquiagem exagerada, o estilo de atuação, entre outros elementos típicos da era em que o áudio não tinha chegado às produções cinematográficas. Além disso, vemos que o genêro é comédia romântica, e não o que marcou a carreira de Hitchcock, o suspense.
Ricos e Estranhos conta a história de Fred (Henry Kendall) e Emily Hill (Joan Barry) que recebem uma herança inesperada. O que era para ser a felicidade do casal, acaba sendo uma maldição, e eles vão passar por situações problemáticas. Apesar de clichê, o filme mostra que uma produção antiga não é necessáriamente cansativa, fazendo com que seus 80 minutos sejam agradáveis. Hitchcock colocou em prática diversas idéias novas, como planos e ângulos que seriam usados por ele mesmo em filmes posteriores, destacando a cena do barco afundando, filmada num tanque de água.
O título homenageia a peça "The Tempest" de William Shakespeare, quando a personagem Ariel interpreta uma canção cujo último verso diz: "Eles se transformaram em algo Rico e Estranho". Outra curiosidade é em relação a Joan Barry, que é mais uma atriz do cinema mudo que teve sua carreira em decadência com a chegada do áudio a produções cinematográficas.
Ricos e estranhos é considerado por muitos como decepcionante, justamente pelo peso de Hitchcock para a direção. A impressão que fica é que o diretor explorou muito pouco o "audio", enfatizando as músicas e não os diálogos, já que estes estão presentes em apenas um quarto do filme. Isso pode justificar o fraco desempenho comercial, apesar de ser considerado por críticos um dos melhores produzido enquanto o diretor estava na “British International Pictures”, na Inglaterra.
Ricos e estranhos é considerado por muitos como decepcionante, justamente pelo peso de Hitchcock para a direção. A impressão que fica é que o diretor explorou muito pouco o "audio", enfatizando as músicas e não os diálogos, já que estes estão presentes em apenas um quarto do filme. Isso pode justificar o fraco desempenho comercial, apesar de ser considerado por críticos um dos melhores produzido enquanto o diretor estava na “British International Pictures”, na Inglaterra.
A trama perde o foco nos minutos finais, tendo elementos de suspense, reforçando o talento de Hitchcock. Talvez uma tentativa de “reviravolta” no enredo, mas por ser muito forçado, acaba perdendo o sentido original . Mesmo assim, a produção diverte, mostrando a habilidade de Alfred para fazer bons filmes.