Com clara inspiração no clássico “KING KONG”, Godzilla se tornou um dos filmes mais lembrados do cinema japonês. Foi o pioneiro em monstros gigantes, maquetes reproduzindo cidades, entre outras coisas que caracterizam séries de super heróis nipônicos (aqueles que passavam na extinta TV Manchete na década de 90). Além disso, traz algum conteúdo político, fazendo severas críticas a experiências nucleares. Vale lembrar que o filme não tem nada a ver com o péssimo remake Hollywoodiano produzido em 2000.
Considerando os padrões da época, os efeitos especiais convencem, decisões inteligentes como mostrar o Godzilla só à noite (para não parecer que há um homem fantasiado), explosivos colocados para demonstrar a força do monstro, entre outras coisas, demonstra que os japoneses levaram a sério a produção deste filme. A trilha sonora também merece destaque, deixando o clima do filme sombrio e medonho. Outro aspecto bem pensado é a edição ágil, algo incomum para os padrões da época, em especial ao cinema japonês que gosta de usar planos longos até hoje.
É visível a (in)direta aos americanos, Godzilla seria a personificação dos americanos (o monstro que destrói cidades), demonstrando ainda um certo rancor dos Japoneses em relação ao término da segunda guerra mundial, ainda mais considerando que o filme é de 1954, nove anos após os bombardeios de Hiroshima e Nagazaki.
O filme também conta com cenas dramáticas, dando profundidade ao sentimento das personagens, não sendo apenas a luta do “bem contra o mal”. A maior carga emocional está no final, principalmente quando se trata da forma que eles matam o Godzilla, onde podemos traçar mais um paralelo com o King Kong. Mesmo que o filme não seja perfeito, é surpreendente a influência que ele teve no mundo inteiro. Em suma, um clássico do cinema japonês, considerado por muitos a melhor das mais de 32 versões (entre remakes e continuações) que existem e são produzidas até hoje.
