
Videogames já foram acusados de muitas coisas. Desde alienação até violência na juventude. Não sei vocês, mas a única coisa que eles fizeram comigo foi aprimorar minha noção de medo. Talvez seja por isso que A Coisa (The Thing, EUA, 2011) não me assustou...tanto.

Porque é que sempre que uma nave cai na Terra, ou é num país considerado de Terceiro Mundo ou no gelo? Seja como for, a escolha da vez foi o gelo, Antártica, pra ser mais exato. Os acontecimentos do filme ocorrem antes do clássico O Enigma do Outro Mundo, de John Carpenter. A história é sobre uma instalação que, num belo dia (se é que isso existe na Antártica) descobre uma nave enterrada no gelo. Próximo a nave, eles encontram algo que parece ser um dos tripulantes da nave. Ao remover a criatura do gelo, eles descobrem que ela não está tão morta quanto parece. Na verdade, eles descobrem que nada é o que parece. Não é que a criatura seja um travesti, é que as células dela têm a capacidade de copiar tecidos orgânicos. Em outras palavras, a criatura pode se transformar em qualquer pessoa/animal.

Não é porque eu prefiro um terror que trabalhe a criatividade da pessoa que eu vou desmerecer a criatura criada pelo diretor Matthijs van Heijningen Jr., muito pelo contrário. Mesmo com uma história bem batida, o filme tem o seu suspense e suas surpresas, além de ser bem feito. Ele ainda te faz pensar que, mais perigoso que qualquer criatura alienígena é a desconfiança. Nem os bons e velhos videogames conseguem tanta coisa.
