Até que ponto alguém pode chegar para ser aceito pela sociedade? Até que ponto nosso corpo nos protegerá? Até que ponto a insatisfação pessoal pode mutilar? Como saber qual é o limite e aceita-lo? Essas questões, entre muitas outras, são o foco desse documentário absolutamente humano.
Orlando e Michael passaram pela mesma experiência, fizeram operação de troca de sexo, mas se arrependeram. Orlando que realizou a operação ainda jovem compartilha uma historia de vida que em pouco se assemelha a de Michael. Os motivos que os levaram a tomar tais decisões também não foram os mesmo, mas em meio a isso tudo existe uma cumplicidade e respeito mutuo perceptível ao longo da conversa. Os dois tiveram um percurso de vida marcado pelo sofrimento por conta de suas opções sexuais e acreditavam que seriam bem tratados se, apenas, fossem de outro sexo, se fossem mulheres. Mas a vida não é tão simples e a partir de então seus corpos não representavam mais quem eles eram, eles viraram personagens em suas próprias vidas.
O formato do filme é simples: duas pessoas num fundo preto conversando sobre um assunto em comum. Já o assunto é tão complexo que vai alem dos próprios personagens. Mesmo o assunto sendo bastante especifico, as historias desses homens são de uma riqueza humana fundamental. Um filme curto, emocionante, divertido, sensível e sincero.
