sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Matando Coleguinhas [Festival do Rio]



Com muito sangue e pouca moral, "Batalha Real 3D" (Battle Royal 3D, 2011), do diretor Kinji Fukasaku ganha novos traços diante de uma remasterização que, de fato, dá algo a mais para o filme, dentro da proposta já conhecida. Ainda assim, diferença é dispensável.


O longa é inspirado em um livro de Koushun Takami, publicado no Japão em Abril de 1999. Com grande sucesso, em 2000 foi lançada a primeira versão da história adaptada ao cinema. Em seguida, um mangá e um segundo volume do filme, que não teve grande repercussão. A história tem a mesma base em todas as ramificações e é, sem dúvida, o ponto alto do longa.


Próximo ao fim do milênio, o Japão passa por um momento de completa instabilidade política e social. As escolas são vistas como ambientes perigosos de encontro e organização de adolescentes, apontados como rebeldes em potencial. A medida de controle do governo é extrema: Uma vez por ano, uma turma de ensino médio de alguma escola do país é sorteada para fazer parte de uma excursão. Ao chegarem no destino da viagem, os alunos descobrem estar em um ilha onde irão participar de um jogo durante três longos dias. Para vencer a brincadeira, apenas um pode sobreviver. Antigos companheiros de classe são, então, obrigados a se matar enquanto tentam descobrir uma forma de fugir do local. Caso discordem do jogo, coleiras explosivas presas em cada um são ativadas. A coisa é no mais puro estilo "ou mata, ou morre".


Apesar de efeitos toscos, as mudanças completam o show sujo proposto pelo filme. Ou seja, a violência é contemplada ao máximo ganhando aspectos próprios da cultura e ignorando os deslizes trash (que, creio eu, para eles não pode ser classificado assim). O filme se destaca do livro e do mangá apenas pela capacidade de evidenciar a violência com maior realismo e pelo desfecho um pouco diferente. O longa nos leva a diversas reflexões que, entretanto, são mais bem exploradas no conto original e adaptação gráfica. A qualidade técnica é satisfatória e atuações tipicamente escandalosas, ambos reforçam um dramalhão comum ao oriente (adorados pelos fãs).
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