
Eu não sabia que
podia se fazer um remake de um documentário, mas como remakes estão na moda, é
vale-tudo! O “doc” em questão é Anderson Silva: Como Água. Parece legal, né?
Mas a falta de uma pegada original deixa o campeão imobilizado como uma versão
contemporânea de “Nós Éramos Reis”. Assim, a confronto do lutador brasileiro
contra um babaca americano é nocauteado pela luta de Cassius Clay (depois
conhecido como Muhammad Ali) e George Foreman.
Anderson Silva,
Spider, é desafiado após sua sexta vitória consecutiva no UFC pelo americano
Chael Sonnen a defender seu título. O documentário acompanha a vida do lutador
nos dois meses antes do showdown no
octágono. Rapidamente, a disputa se torna uma questão nacionalista, e começamos
a querer nos mesmos quebrar a cara do americano. O filme não precisa de muito
esforço para odiarmos o oponente, seus comentários preconceituosos fazem todo o
trabalho.
“Como Água” é
uma referencia a como Bruce Lee descreve como o lutador deve ser, o depoimento
que abre o filme. Porém, nada no resto da obra consegue manter a expectativa
criada pelo Grande Dragão Branco. Os momentos são repetitivos. E logo ficamos
cansados de ver o lutador treinando ou caindo na porrada (ainda não sei se posso escrever "porrada") com a sua trupe. A
espera pela luta não consegue sustentar a ansiedade e acaba levando para o
tédio. Fatalmente, toda a cultura do MMA não possui a mesma força ideológica
que possui o boxe. O que torna esse um produto mais jovem, mas sem a mesma
emoção que seu predescessor.
