
Tem diretor que acha que não basta fazer um filme bom, tem que ser cult. E com a banalização do termo, de vez em quando aparecem umas bobagens disfarçadas de filmaço. É o caso de Triângulo Amoroso ("3", Alemanha, 2010), um filme que se pretende polêmico e inteligente, mas que não percebeu que só a polêmica sem qualidade não leva lugar nenhum.
No filme, conhecemos a história de Simon (Sebastian Shipper) e Hannah (Sophie Rois), namorados há vinte anos, aparentemente apaixonados e que, como todo casal, se veem muitas vezes presos à rotina. De repente, na vida deles surge Adam (Devid Striesow), um homem que vai afetar a vida dos dois.
Na verdade, o título original do filme, "3", é muito mais adequado porque acompanhamos o ponto de vista dos três dentro daquela história. Mas infelizmente os personagens não são tão bem elaborados e desenvolvidos. As atuações são fracas, principalmente de Adam, que na maior parte do tempo parece um robô e no resto tenta te seduzir com um olhar de "muleque piranha".
E quando você pensa que a viagem transloucada do filme está chegando ao fim, eis que o roteiro pula do cult alemão para a novela mexicana, quase chegando em um teste de DNA do Programa do Ratinho. Não satisfeito em enlouquecer o espectador, tudo volta à "normal" loucura no final do filme, querendo causar ainda mais polêmica que o Rafinha Bastos.
