Texto escrito por NATÁLIA PIRULITA BITTENCOURT e publicado dentro da sessão “Colunista Convidado”.

Funkytown é um filme sobre uma época em que calça apertada era roupa masculina, salto alto era unissex e as pessoas dançavam de forma coreografada nas boates, mas apesar de todo o glitter, brilhantina, penteados questionáveis e das músicas, que você pode até ter vergonha de admitir, mas conhece, o filme vai muito além.
O filme traça a trajetória de vida de diversos personagens, alguns deles baseados em pessoas reais, durante a alta da disco music em Quebec e segue até os anos 80 quando chega a seu declínio. Cada personagem perpetua um aspecto daquela época; seja relacionado ao abuso de drogas, a homofobia, a guerra das gravadoras e basicamente a busca de um sonho. Todos os personagens estão em busca de fama e sucesso. Tendo como personagem principal Bastien, apresentador de um programa de radio, de TV e celebridade local que acaba perdendo tudo por conta de seu vício em cocaína e sua paixão por Adriana, jovem modelo que tenta alcançar a fama de todas formas possíveis.
O rigor técnico faz do filme algo digno de Hollywood, com figurinos luxuosos, cenários bem elaborados e uma seleção de atores que não deixa a desejar. Tudo isso constrói um retrato diversificado do que deve ter sido os anos 70 e início dos 80 em Quebec. Indo desde os chefões que comandavam as produtoras, os donos de boate, os apresentadores dos programas, os frequentadores das boates, as famílias personagens e finalmente a situação dos gays naquela época e local. Tudo é aproveitado e tem seu devido espaço neste filme, que se não te prende pela trama, te ganha pelas músicas, apesar de muitos não terem coragem de admitir.
