Texto escrito por NATÁLIA PIRULITA BITTENCOURT e publicado dentro da sessão “Colunista Convidado”.
Quem são os verdadeiros selvagens? Quem vive em trajes improvisados, comem carcaças de animais e dormem em cavernas ou as pessoas que tratam os outros como animais, usam a violência como argumento e se acham no direito de fazê-lo? Essa dinâmica é colocada em cheque nesse filme de terror de dar gosto.
Uma família típica americana tem seus conflitos elevados a extremos quando o patriarca decide domesticar uma mulher selvagem que encontrou durante uma caçada. Essa mulher é seqüestrada e sofre todo tipo de abuso da família com o intuito de lhe ensinar os bons modos da sociedade. O filme trata da misoginia que ainda prevalece, principalmente nas cidades interioranas, e serve como uma ode a força feminina, mas sem feminismos ou baboseiras.
Apesar de ser um filme propriamente de terror, a fotografia é muito saturada e colorida. Dando um aspecto plástico, quase uma propaganda de margarina. Essa saturação toda sustenta ainda o contraponto com o lado sombrio da historia. Facilmente um dos melhores filmes do gênero que vi esse ano, com direito a meninas gritando no cinema e muitas pessoas fechando os olhos de nervoso. Só sucesso.
