terça-feira, 25 de outubro de 2011

Hicthcock, Mas Nem Tanto [Festival do Rio]




Duas coisas me impressionaram nesse Festival do Rio: (1) a quantidade de filmes com alguma relação com luta livre, (2) o número de ficções baseadas em casos verídicos. “Entre Segredos e Mentiras” segue nessa linha, mas constrói um suspense que promete muito. Uma pena que não cumpre.



A primeira referência que vem à sua cabeça é óbvia: Hitchcock. E, de fato, quando o filme começa com um depoimento do Ryan Gosling, é evidente que ele quer evocar alguma coisa de psicológica bem comum no mestre do suspense. Com o andar da narrativa em flashback é fácil de ver que tem alguma coisa errada com o rapaz. O decorrer de seu casamento, o trabalho com o pai, e finalmente a acusação de assassinato são bem pontuados pelos surtos psicóticos. O filme realmente sucede em criar a dubialidade do garoto. O filme também planta diversas referências a Alfred Hitchcock, como por exemplo a cena na quadra de tênis que é uma homenagem a “Pacto Sinistro”. E se você discorda disso, uma referência que você não pode negar é o sintagma misterioso.


Porém, é uma verdade comum que, quando você cria um suspense, a recompensa que recebemos tem que ser a altura do suspense gerado. E nisso “Entre Segredos e Mentiras” falha pífiamente. O filme tenta se manter pelo suspense até o ponto que fica chato, com situações repetitivas de violência doméstica. Quando ele finalmente revela os mistérios do assassinato eles já não são mais tão interessantes. Você vai se perguntar “E daí?” mais do que freqüentemente na segunda metade do filme. Infelizmente, apesar de um começo excelente, um caso crônico de não prometer o que cumpre acaba internando essa obra.

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