Confuso e cheio de ironias. É assim que começa Advogado do Viado ("The Advocate for Fagdom", França, 2011), um documentário de Angélique Bosio que mostra desprendidamente a polêmica carreira cinematográfica do diretor, ator, escritor e fotógrafo canadense Bruce LaBruce.
Ao longo do filme, vão se desdobrando comentários de grandes astros do cinema, como Guns Van Sant, do próprio Bruce e até de pessoas pouco conhecidas pela indústria, como a artista punk drag Vaginal Davis. Além disso, várias cenas das principais obras do cineasta são exibidas sem nenhum pudor.
Segundo o longa, LaBruce procura um estilo mais licencioso possível, juntando violência, sexo - principalmente gay - e quaisquer outros aspectos que surpreendam seus espectadores, chegando até a ofender alguns grupos por isso. O filme ainda reforça a idéia de que ele é um cineasta político que vai contra a censura e o moralismo mundial, apesar de suas produções conterem cenas pornô.
Toda essa revolta interna teve início em meados dos anos 80, quando Bruce, um dos criadores da revista JD, foi precursor do movimento cultural queercore - que se mostrava descontente com a sociedade em geral devido a repressão aos "LGBTTTTTTTTTTs". Em relação à técnica, a fotografia é boa, porém o som parecia estar em mono (não sei se isso é problema da organização do Festival)... Enfim, para quem não conhece Bruce LaBruce é uma boa oportunidade de se inteirar sobre as obras desse "excluído" artista.
