sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O Encantador Menino da Lua [Festival do Rio]




De uma doçura desconcertante, A Criança da Meia-Noite (“La Permission de Minuit, França/Bélgica, 2010) encanta e diverte. A história do menino e seu médico lutando pela descoberta da cura consegue não ser sugada pelos clichês e melodramas e isso torna o filme incrível.



Romain (Quentin Challal) tem  treze anos e uma rara doença genética que faz com que os raios de sol causem danos ao DNA de suas células. Ele possui uma relação de profunda amizade com seu médico David (Vincent Lindon). Mas quando David é chamado para trabalhar na Organização Mundial da Saúde, ele não sabe como contar para Romain que precisará ir embora.


A atuação da dupla principal é incrível. Quentin Challal se transformou em um menino real, sarcástico e alegre, apesar da doença. A direção e o roteiro foram muito felizes em não deixar que o personagem se tornasse apenas o doente-triste-deprimido-prestes-a-morrer.  Vincent Lindon também conseguiu fugir de qualquer estereótipo de um médico dedicado ao trabalho e encanta o espectador.


Esse talvez seja o maior mérito do filme. Uma história tão triste poderia facilmente ser levada para um drama de alagar o cinema. Mas ao incluir, por exemplo, os problemas típicos da adolescência de Romain, o filme se torna uma doce história que sabe que não precisa de artifícios para emocionar, sabendo claramente que emocionar não significa fazer o público chorar, mas fazê-lo se encantar com a história. E pelas expressões na saída do cinema, o encanto deu certo.

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