
Embora “Martha
Marcy May Marlene” pareça o nome de protagonista de novela mexicana, não tem
nada de kistch nesse filme. Aliás, ele é tão arrogantemente original que não
tem como não se render. É, de fato, um filme como nenhum outro. Ele te rouba,
brinca com você do início ao fim e depois deixa a gente sem reação com um final
que é simplesmente perfeito.
A melhor maneira
de se contar essa história é explicando os nomes do título. Martha é uma garota
que depois de dois anos reaparece na vida da irmã após um misterioso passado.
Marcy May é o nome dessa mesma garota quando ela vivia em uma família
alternativa antes de fugir e se reencontrar com a irmã. E Marlene, ah, nem eu
seria tão sádico de te estragar essa surpresa. É uma história realmente muito
boa, mas o que é melhor é a forma como ela se desenvolve. O filme faz uma
dosagem perfeita das informações que te dá assim como as que te nega. A
construção das narrativas paralelas, os cortes e a manutenção do suspense são
de uma precisão absoluta. Simplesmente tente mudar alguma coisa de lugar que
você verá que não é possível.
As atuações
estão excepcionais, com destaque para Christopher Abott que faz um papel
inegavelmente inspirado em Charles Manson. Não é que o filme seja
perfeito, mas é que não existe nada que possa ser feito diferente. Por incrível
que pareça, não existe um filme igual a esse.
