
Os
orientais gostam de explorar a fragilidade do ser humano, e com Olá!
Meu Nome É Senhor Árvore (Hello! Shu Xian Sheng, China 2011) não é diferente. Com os pensamentos confusos do protagonista em
foco, este longa metragem é, no mínimo, intrigante.
Shu
(Wang Baoqiang) é um mecânico atrapalhado que vive em uma pequena vila no
nordeste da China. A maior parte dos moradores do local estão de mudança,
seguindo a pressão de empresários que planejam transformar a região em um
moderno centro residencial, mas Shu é um dos poucos que resistem. Ao conhecer
uma garota muda que trabalha como massagista, ele lhe propõe casamento. No
entanto, Shu é assombrado por constantes visões do passado.
Boa parte da trama se passa nos delírios de Shu, principalmente nas visões do falecido irmão. No início só com atitudes excêntricas, eventualmente o personagem acaba preferindo viver nas fantasias da mente a encarar o “mundo lá fora”. Fica subentendido que são mecanismos de defesa para “abafar” os sofrimentos impostos pela vida e a sociedade.
O ator
Wang Baoqiang impressiona no papel do protagonista, transmitindo com exatidão
os sentimentos de um louco. O visual também chama a atenção, com ótima
fotografia e jogadas de câmera que impressionam. Algumas cenas são produzidas
para cada espectador interpretá-la independentemente, como quando a tela fica
inteiramente vermelha perto dos momentos finais.
Olá! Meu
Nome É Senhor Árvore é um filme sem gênero definido. É capaz de um espectador
rir com uma cena e quem está ao lado entristecer-se. É verdade que as vezes o longa metragem é
meio “parado”, mas não chega a tirar o brilho da produção, sendo apenas uma barreira cultural que os amantes de cinema não devem ter problemas em superar.