
Quando o letreiro dizendo “O Dublê do Diabo” aparece na tela uma pessoa pode esperar qualquer coisa desse filme. E, de fato, o filme nos deixa em suspensão sobre o rumo que ele vai tomar. Mas logo no primeiro plano, o laranja daquela paisagem desértica faz qualquer pessoa babar, ele já nos compra. Daí então, o filme vai ladeira acima.
O filme conta a história real do curdo que tem que se passar por Uday Saddam Hussein (o filho do Saddamzão). A partir daí ele tem que conviver, e cooptar, com os excessos e manias sexuais do pequeno tirano. A história tece um conflito interessantíssimo, que não se vê em qualquer lugar. Os personagens estão bem desenvolvidos, e embora o filho do ditador possa soar caricato às vezes, o roteiro faz a ressalva de imprimir um pouco de humanidade nele.

Embora o filme possa ficar estagnado em alguns momentos, ele é forte o suficiente para manter o nosso interesse. E é extremamente recomendável que você não veja esse filme como um filme político, é melhor enxergá-lo como o produto Hollywoodiano que é. Dominic Cooper faz um trabalho excelente tanto como filho do ditador quanto de seu dublê. Até agora, uma das maiores surpresas do festival desse ano.
