sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O Justiceiro das Ações [Festival do Rio]



Na produção de um documentário, existem dois pilares que garantem o caminho fácil para o sucesso: Uma história forte, comovente, com grande repercussão midiática e por isso muita imagens de arquivo, e personagens brilhantes para compor a história. “A caça de Madoff”, de Jeff Prosserman, conta com tudo isso e algo mais.


Quem comanda a história é Harry Markopolos, o administrador de fundos que conseguiu desvendar o segredo do maior farsante já descoberto em Wall Street, Bernard Madoff. Mesmo arriscando sua vida e a de sua família, o investigador se manteve firme atrás da verdade em uma epopeia que durou dez anos, tendo conclusão em 2005. Harry e sua equipe de investigadores acabaram com o maior “Ponzini” já visto no mundo, uma espécie elaborada de esquema de pirâmide embutida em ações financeiras. Ignorados pela imprensa e perseguidos por seus inimigos, hoje o grupo é considerado heroico. Ainda assim, milhares de pessoas tiveram sua vida arruinada pelo esquema.


Com fotografia simples, mas bom jogo de luzes, uma belíssima dinâmica entre depoimentos, imagens de arquivo e reconstruções interpretadas, o longa envolve. Ele chega ainda a quebrar o clima pesado de documentário sobre economia, algo que parte principalmente do seu personagem principal, com tiradas irônicas e desenvoltura. Harry Markopolos torna tudo mais fácil, mas a direção fecha muito bem a obra, com uma bela construção e montagem.


O ritmo é estimulante, mas pode acarretar em uma queda de credibilidade. Talvez por isso, no início, o documentário se preocupe em informar que a história contada é “infelizmente” verdadeira. O filme aparece, sem dúvidas, como uma grande opção para o Festival do Rio 2011. Talvez um problema seja a falta de explicações mais acessíveis sobre o mundo econômico, já que o longa presume alguma cultura básica na área, algo que pode afastar o público.

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