quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Ciúme e Morte com Cheiro de Livro Velho [Festival do Rio]



Baseado no best-seller israelense de Edna Mazya, o diretor Eitan Zur penetra nas correntes do ciúme e traição para produzir o refinado “Naomi” (Israel/França, 2010), que leva o gosto literário às telas de cinema.


Seguimos os passos de Ilan Bem Nata, um professor de astrofísica da Universidade de Haifa, no auge de seus 58 anos, que é casado com Naomi, de apenas 32. O intelectual nutre um amor obsessivo pela jovem e passa a segui-la. É então que descobre que sua esposa tem um amante. Em um ataque de fúria, Ilan acaba indo à casa do rival e o matando. A partir daí começa uma corrida para esconder o corpo e as provas, além de uma complicada relação de medos e segredos deslizantes de ambas as partes do casal.


O filme é levado por uma trilha sonora fascinante, que dita seu ritmo e conduz a historia, atenuando momentos fortes e elevando os leves. Os cortes também cumprem bem o papel de dinamizar a trama. A película se desenvolve de forma bastante calma, ainda que completamente envolvente. Não é sempre que se pode ver uma obra tão constante que consiga suportar com extrema eficiência o dever de prender a atenção.


Ainda que tenha uma tendência dramática, o longa é muito divertido e abusa de ironias além de pitadas de humor negro. O filme é agradável do início ao fim e consegue escapar do óbvio. Quem assiste parece poder degustar dos momentos e o diretor conduz a história perfeitamente. É o tipo de atração que não pode passar despercebida em um festival.

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