
Que os
orientais são contidos e têm dificuldade em expressar seus sentimentos todo mundo
sabe, o problema é quando isto se torna excessivo e doentio. É sobre isso que Culpada
por Romance ( Koi no Tsumi Japão 2011) aborda. Entre erros e acertos, o filme traz uma
reflexão sobre o papel da mulher na sociedade japonesa contemporânea.
Izumi é casada com um escritor famoso por seus livros de romance.
A vida do casal, no entanto, é repetitiva e sem qualquer emoção. Um dia, ela é
convidada a participar de uma produção pornográfica simulando relações sexuais.
Entediada com sua rotina, ela decide aceitar o convite. Ao entrar nesse novo
universo, ela conhece uma garota de programa que se torna sua mentora e que a
convence a também vender seu corpo. Até que um cadáver é encontrado no bairro
dos motéis da cidade, e a polícia começa a investigar o caso.
A protagonista representa uma típica pessoa que depois de tantos
anos reprimindo seus sentimentos acaba “explodindo como uma panela de pressão”.
Quando isso acontece, Izumi extravasa toda a energia concentrada durante tantos
anos sem medo e sem pensar nas consequências.
Infelizmente, o clima exagerado impede de fazermos conexões com a
realidade e diminui a força do discurso. Outro problema é o excesso de
diálogos. Por mais que o cinema japonês seja reconhecido por filmes “lentos”, neste
há um excesso de falas abordando questões filosóficas que paradoxalmente
parecem superficiais, resultado? Fica chato.