terça-feira, 18 de outubro de 2011

A Hora e a Vez do Cinema Brazuca [Festival do Rio]



Baseado no conto de João Guimarães Rosa, A Hora e a Vez de Augusto Matraga (Brasil, 2011) é simplesmente um filme incrível. Surpreendentemente, consegue aliar o estilo do sertão com elementos hollywoodianos, fugindo de todos os estereótipos e agradando o grande público.



A sequência inicial do filme é maravilhosa. Nela, aquele que presumimos ser Augusto (João Miguel) mata sozinho uns dez homens. Presumimos porque não vemos seu rosto; os quadros o pegam apenas de costas. A primeira vez que vemos o personagem é em um ultra-hiper sensacional close-up, quando ele diz “Fala para ele que você encontrou o diabo”, resumindo sobre o que será o filme.


E João Miguel está incrível no papel do “diabo”.  Ele interpreta magicamente todas as nuances do personagem: seu lado mau, sua queda na emboscada e seu renascimento para a fé e o trabalho. Mas sua interpretação atinge o auge com a chegada de Joãozinho Bem-Bem (José Wilker). Wilker e Miguel se complementam e se contradizem e o embate final entre eles é digno de um grande western.



A Hora e a Vez de Augusto Matraga é um excelente filme. A grande atuação de seu protagonista se une aos belíssimos coadjuvantes (como Chico Anysio) e à bela fotografia do sertão para que a película não se torne só mais um filme brasileiro regional. Se torne um filmaço.
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