Com pouca técnica e muita emoção, o longa venezuelano “Irmão” (Hermano, 2010), do diretor e roteirista Marcel Rasquin, consegue empolgar apesar da precariedade técnica.
Daniel e Júlio foram criados como irmãos. Com o tempo, ambos se destacam no time de futebol do bairro de La Ceniza, na periferia de Caracas. Daniel sonha em se tornar um jogador profissional enquanto Julio prefere não criar expectativas e se preocupa apenas em ajudar a família trabalhando na ilegalidade. Quando um caça-talentos convida os irmãos para um teste no maior clube da cidade, o Caracas Football Club, uma tragédia abala a família e os garotos passam a ter que decidir o que é mais importante: a família, justiça ou seus sonhos.
Ainda que os jogos de futebol sejam o ponto alto da produção, muitas vezes sua captação é de qualidade bastante ruim. Outra falha lamentável é a incapacidade da câmera em acompanhar jogadas rápidas e os próprios gols. Problemas com iluminação e foco também são um constante incômodo. As músicas são divertidas e conseguem elevar o ritmo do longa. A relação fraternal consegue comover apesar de alguns marcos forçados para definir os caminhos da trama.
Mesmo com todas as falhas, o filme consegue se erguer com na medida em que consegue empolgar. Principalmente para os amantes de futebol e também aos que nutrem uma relação familiar intensa, o longa é contagiante. A história é boba mas prende e ainda temos a incrível chance de ver o Caracas representado como maior clube de todos os tempos... risível.
