Volta e meia os japoneses surpreendem o mundo com algum filme de animação. Um deles é O Fantasma do Futuro (Ghost in Shell, 1995), grande sucesso de crítica, eventualmente alcançou status de cult, e em breve será relançado nos cinemas em 3D. Apesar de “prometer” muito, é um filme para poucos.
Em 2029, a Major Motoko é uma agente cibernética líder do Serviço Secreto Esquadrão Shell. Mas ela foi tão modificada que pouco mais do que seu “fantasma” sobrou em seu corpo. Junto com os parceiros o ciborgue Bateau e o quase humano Togusa, ela caça um criminoso especialista em computadores chamado de Mestre das Marionetes. Ele é um hacker capaz de entrar na mente dos outros e comandá-los. A vida da major fica em perigo quando descobre que há poir trás uma conspiração dos seus superiores: o “Ministério”.
Assim como a sinopse, o filme pode ser bastante confuso e incompreensível, graças ao excesso de informações aliada a questões filosóficas sobre o sentido da vida condensadas em 82 minutos. Talvez seja pela adaptação do extenso mangá (história em quadrinhos japonesas) homônimo, cuja publicação durou 7 anos, terminando em 1996, um ano após o lançamento para as telas de cinema.
A qualidade da animação impressiona com seu visual sombrio e futurístico, mesmo tendo envelhecido um pouco depois de 16 anos. Como o longa metragem é voltado para adultos, não se espante em ver algumas cenas de violência e nudez.
O Fantasma do Futuro é uma das animações japonesas com maior projeção mundial desde Akira nos anos 80 e os longas de Miyazaki (A viagem de Chihiro). Quem procura filmes com histórias ao estilo "bem contra o mal" e pancadaria com luzes fantásticas vai se decepcionar, pois o foco é no roteiro e suas questões filosóficas. Para quem gosta de apenas receber informações de modo “mastigado” deve passar longe, mas para os que querem um longa que fará pensar ao longo da semana, é um prato cheio.