
É legal no cinema que, por mais que as pessoas
sejam idiotas, elas são inteligentemente idiotas. Esse não é o caso de “O Pior
dos Pecados” na qual a drama se desenvolve a partir da uma falta de bom senso
coletiva. Fatalmente, isso te impede de ter uma apreciação maior pela obra.
A história gira em torno de um gângster que tem
que se envolver com uma dondoca para se safar de um crime. Londres dos anos 60,
gângsteres, Helen Mirren. Legal, né? Menos do que parece. Os personagens são
planos, aonde os mafiosos não transcendem as suas funções sociais. Combine isso
com os lamúrios insuportáveis de uma garçonete sobrenaturalmente ingênua, e
você tem a receita para um fiasco. Você não gera empatia suficiente por nenhum
personagem. O protagonista é um escroque, a mocinha é extremamente irritante
(você vai querer que ela morra), e a Helen Mirren está simplesmente deslocada
de toda a trama. O pior é que é ela que alavanca todo o elenco.
Há um receio em levar a obra como comédia, mas
fatalmente é isso que você quer fazer. A montagem do filme até começa
interessante, mas acho que em certo ponto até o montador desistiu. A premissa é
interessante, mas os desdobramentos delas são ridículos. O que torna impossível
levar esse filme a sério. Se você quer mesmo ver esse filme, leve um amigo
junto para sofrer contigo e também para fazer comentários engraçados sobre ele.
Ah, considere-se avisado.
