Quantas grandes bandas de rock você conhece que estão há várias décadas na ativa? E quantas dessas nunca interromperam suas atividades, nunca brigaram para sempre, nunca fizeram pausas por tempo indeterminado? Quantas mostram claramente que a amizade entre os integrantes é mais importante do que o sucesso comercial, o dinheiro, as vaidades? Se sobrou alguma como resposta para essas perguntas, ela é uma banda REALMENTE grande? Bem, se sua resposta foi "sim", acho bastante provável que você esteja falando do Pearl Jam, e é sobre a exemplar trajetória da banda o filme Pearl Jam Twenty (EUA, 2011), de Cameron Crowe.
Criada no início da década de 1990 em Seattle, berço do movimento grunge, a banda é a única grande representante desse estilo que se manteve na ativa de forma ininterrupta. Ao longo de seus curtos 120 minutos, o filme passeia por mais do que os vinte anos de existência do grupo, mostrando também as grandes influências do estilo de rock mais popular dos anos 90 e, consequentemente, suas raízes. Deixando um pouco de lado as histórias e boatos mais frequentes, Crowe desmitifica grandes gênios e "deuses" do rock, como Kurt Cobain, Neil Young e Pete Townshend, e os traz para o nosso nível de humanidade ao colocá-los, também, como fãs do Pearl Jam.
Com uma estrutura narrativa extremamente bem construída através da excelente montagem, o filme vai além da idolatria e da nostalgia e tem potencial pra agradar a qualquer amante do cinema documental. A trilha sonora também foge do óbvio e é composta única e exclusivamente por músicas nunca antes lançadas ou versões raras e exclusivas de alguns sucessos. Um filme feito sim para os fãs, de um jeito que somente um fã (e amigo) da banda poderia ter feito, deixando claro que o Pearl Jam não é só uma banda ainda na ativa. Mais que isso, ainda há talento, amizade. Ainda há vida.
E se você gosta mesmo é de fofoca, eles até mencionam a famosa rixa entre o Nirvana e o Pearl Jam, tão alimentada pela imprensa da época...
