
Não. Não é um documentário sobre uma Estamira alienígena, nem sobre um Jardim Gramacho em outro planeta. Na verdade, o filme não tem nada a ver com lixo a não ser o gênero trash. Por ser fã do gênero e por ter acabado de sair da adolescência, fui ver Alien Lésbica Solteira Procura (Codependent Lesbian Space Alien Seeks the Same, EUA, 2011). Nas palavras de um ícone da nossa juventude: antes tivesse ido ver o filme do Pelé.

A história gira em torno de três aliens do planeta Zots, que sofre com problemas na camada de ozônio. Poluição? Guerras? Intervenção divina? Nada disso. Num planeta em que o rei Roberto Carlos seria uma arma de destruição em massa, o amor, o ódio e outras emoções fortes são, segundo as autoridades, a causa dos problemas com ozônio. O governo então decide enviar habitantes à Terra, para que sofram desilusões amorosas. Ao ter seus corações partidos, as habitantes são permitidas de voltar para casa. Uma das aliens lésbicas, Zoinx (Susan Ziegler) conhece a terráquea Jane (Lisa Haas) e a história das duas serve de centro pro filme, que conta ainda com dois personagens no estilo homens de preto que simplesmente não se encaixam na trama.

Esse é um ótimo exemplo de publicidade. O nome te faz querer ver o filme. Sua expectativa aumenta quando descobre que é uma comédia, quando descobre que é em preto e branco, quando descobre que é trash e aí... descobre que é um lixo. Não vou reclamar das naves espaciais feitas de pratos de quentinha, nem dos fones de ouvido feitos de potes de iogurte, isso tudo eu já esperava. O que eu não esperava era que, ao assumir o gênero trash, a diretora achasse que podia fazer qualquer porcaria. Pelo menos o filme traz um preto e branco bonito de se ver na telona. Mas isso não salva o planeta Zots do fracasso.
