
A diretora Milagros Mumenthaler transmite com cuidado e serenidade uma história de prazeres e sofrimento em uma rede de convivência e aprendizado no longa Abrir Puertas y Ventanas (Argentina/Suíça, 2011). Mesmo não abordando um tema dos mais originais, o projeto é conduzido com alma e pode ser degustado como um chá mate.
Sofia, Marina e Violeta são três irmãs ainda bastante jovens, que foram criadas pela avó. As duas primeiras estão cursando a faculdade enquanto a mais nova ainda está na escola. Quando sua única tutora morre, o trio passa pela necessidade de um amadurecimento forçado, processo que nem sempre acontece da melhor forma. As jovens desenvolvem, então, um misto de cumplicidade e intriga enquanto tentam encontrar seus caminhos separadamente .
Com idades muito próximas e pouca noção de liderança, nenhuma consegue assumir um posto à frente da família. A nova disposição dos deveres e encaixes do lar acaba não se formando por completo. Todas têm sua oportunidade de serem fracas, sérias, mimadas ou tristes. Acompanhamos suas certezas, medos, namoros, loucuras... A casa deixada pela avó, assim como a pequena vila em que é integrada, serve de plano de fundo para suas descobertas.
Servindo como complemento para a narração, o jogo de câmeras acontece de forma precisa. Há um estilo contemplativo, saboroso, e revelador. A partir disso, abre-se espaço para uma melhor apreciação da excelente customização aplicada no projeto, que conta com apenas uma locação. O mesmo acontece para uma exploração do belo partindo do corpo das personagens, por vezes apresentado como escultura. O diretor aproveita para brincar, tanto nos enquadramentos como no roteiro, com diversas apreciações de janelas e portas, objetos que dão nome ao filme por motivos, principalmente, subjetivos. Outro toque de requinte do texto é aplicar pequenas piadas acerca da falta de sensibilidade de alguns para formas de arte mais profundas, algo que certamente ataca os amantes de blockbusters (classificação em que não se enquadra). As atuações seguras completam o belo produto.
Sofia, Marina e Violeta são três irmãs ainda bastante jovens, que foram criadas pela avó. As duas primeiras estão cursando a faculdade enquanto a mais nova ainda está na escola. Quando sua única tutora morre, o trio passa pela necessidade de um amadurecimento forçado, processo que nem sempre acontece da melhor forma. As jovens desenvolvem, então, um misto de cumplicidade e intriga enquanto tentam encontrar seus caminhos separadamente .
Com idades muito próximas e pouca noção de liderança, nenhuma consegue assumir um posto à frente da família. A nova disposição dos deveres e encaixes do lar acaba não se formando por completo. Todas têm sua oportunidade de serem fracas, sérias, mimadas ou tristes. Acompanhamos suas certezas, medos, namoros, loucuras... A casa deixada pela avó, assim como a pequena vila em que é integrada, serve de plano de fundo para suas descobertas.
Servindo como complemento para a narração, o jogo de câmeras acontece de forma precisa. Há um estilo contemplativo, saboroso, e revelador. A partir disso, abre-se espaço para uma melhor apreciação da excelente customização aplicada no projeto, que conta com apenas uma locação. O mesmo acontece para uma exploração do belo partindo do corpo das personagens, por vezes apresentado como escultura. O diretor aproveita para brincar, tanto nos enquadramentos como no roteiro, com diversas apreciações de janelas e portas, objetos que dão nome ao filme por motivos, principalmente, subjetivos. Outro toque de requinte do texto é aplicar pequenas piadas acerca da falta de sensibilidade de alguns para formas de arte mais profundas, algo que certamente ataca os amantes de blockbusters (classificação em que não se enquadra). As atuações seguras completam o belo produto.
