Já ouvi muitos grandes atores falarem que o gênero mais difícil é a comédia. Mas parece que nem todo mundo concorda. Para Will Ferrell e Zach Galifianakis, por exemplo, nos fazer rir parece ser uma atividade extremamente fácil. Então, quando finalmente vemos os dois juntos em um filme, a primeira pergunta é: POR QUÊ NINGUÉM FEZ ISSO ANTES? Bem… o que importa agora é que na próxima sexta-feira chega às telonas a primeira colaboração cinematográfica dos dois, Os Candidatos ("The Campaign", EUA, 2012), dirigido por Jay Roach (das séries "Austin Powers" e "Entrando Numa Fria").
Ferrell interpreta o experiente congressita Cam Brady, que irá se candidatal ao seu quinto mandato sem ter nenhum concorrente. Poucas semanas antes da confirmação da candidatura, no entanto, ele comete uma grande gafe pública que reduz bastante sua popularidade e faz com que os lobistas que financiam sua campanha busquem um adversário para apoiar. Eles escolhem, então, o inocente Marty Huggins (Galifianakis), um homem simples, relativamente feliz com sua vida e sua família, mas que vê na política uma oportunidade de finalmente agradar ao pai, um homem muito poderoso na região.
O filme começa com uma citação de Ross Perot, candidato à presidência dos EUA em 1988, que diz que "a guerra tem regras, brigas na lama têm regras, mas a política não tem regras", e é justamente isso que vemos ao longo dos 85 minutos seguintes. Apesar de Marty ser novo na área, ele rapidamente percebe o quanto seu adversário joga baixo e parte para a briga no mesmo (baixo) nível. De trapaça em trapaça, um vai tentando puxar o tapete do outro até que a competição se torna insustentável e suas famílias começam a entrar em colapso.
Os Candidatos tem lá seus momentos-clichês, como toda boa comédia, e traz os dois protagonistas interpretando justamente o tipo de papel que já esperamos deles. Mas mesmo sem grandes inovações, o roteiro é bastant interessante e o filme garante boas gargalhadas, o que já vale o ingresso. Em época eleitoral, é legal assistir para pensar um pouco até onde as brigas políticas realmente podem ir.
