
O drama Shokuzai – Penitências ("Shokuzai", Japão, 2012) consegue conservar alguma qualidade durante suas quatro horas e meia de duração, mas também tem escorregões trágicos. Dividida em cinco capítulos, a história funciona bem melhor como seriado, e, de fato, foi feita para isso. O chato é que poderia ser um ótimo filme, não fosse por alguns erros bobos.
Quando a pequena Emili é brutalmente morta em sua própria escola, quatro amigas do ensino fundamental são as únicas que olham para o rosto do assassino. Ainda assim, ao serem interrogadas, entram em um estado de nervos e não conseguem lembrar a fisionomia do sujeito. A mãe de Emeli, atordoada por um sentimento de vingança, jura que não perdoaria as garotas. Assim, ela cria um acordo de penitências que produz um efeito próximo ao de uma maldição. As meninas devem encontrar o assassino, ou pagar por sua falha. Quinze anos se passam, as quatro menininhas se tornam adultas, todas carregam traumas, em diferentes níveis, pelo incidente na escola. Constantemente as palavras da mãe de Emili voltam para assombrar.
O longuíssimo filme não começa nada bem, mas cresce em todos os aspectos. A partir da abertura do primeiro capítulo, há certa estabilidade. Normalmente bons, os movimentos de câmera e enquadramentos, por vezes, ficam secos. As atuações são muito confortáveis (as crianças são uma boa surpresa) e ajudam a prender a atenção, além de dar força para relevar alguns momentos realmente trash. A fotografia também conquista segurança, mesmo com uma iluminação (principalmente em cenas escuras) beirando o tosco. Explicações mastigadas e a demora para alguns desenrolos óbvios são um teste de paciência. O experiente diretor Kiyoshi Kurosawa certamente não trabalhou sozinho e isso custou ao produto final.
Talvez o maior erro da obra seja sua frágil disciplina com os cortes. Extremamente variante, o longuíssimo tem tempo para melhorar e fraquejar diversas vezes. A falta de motivo para várias cenas, nada pequenas, incomoda. Ou seja, toda essa duração é desnecessária e causa aflição. O filme perde muitas oportunidades de ser bem melhor. O roteiro fica cambaleando para entreter, mas a espera por revelações que se julgam extremamente fortes (e, de alguma maneira, são) consegue roubar alguma boa vontade do espectador. Se este ainda não fosse o corte final, eu diria que Shokuzai é uma promessa. Terminado, fica a marca de uma boa ideia mal trabalhada.
Quando a pequena Emili é brutalmente morta em sua própria escola, quatro amigas do ensino fundamental são as únicas que olham para o rosto do assassino. Ainda assim, ao serem interrogadas, entram em um estado de nervos e não conseguem lembrar a fisionomia do sujeito. A mãe de Emeli, atordoada por um sentimento de vingança, jura que não perdoaria as garotas. Assim, ela cria um acordo de penitências que produz um efeito próximo ao de uma maldição. As meninas devem encontrar o assassino, ou pagar por sua falha. Quinze anos se passam, as quatro menininhas se tornam adultas, todas carregam traumas, em diferentes níveis, pelo incidente na escola. Constantemente as palavras da mãe de Emili voltam para assombrar.
O longuíssimo filme não começa nada bem, mas cresce em todos os aspectos. A partir da abertura do primeiro capítulo, há certa estabilidade. Normalmente bons, os movimentos de câmera e enquadramentos, por vezes, ficam secos. As atuações são muito confortáveis (as crianças são uma boa surpresa) e ajudam a prender a atenção, além de dar força para relevar alguns momentos realmente trash. A fotografia também conquista segurança, mesmo com uma iluminação (principalmente em cenas escuras) beirando o tosco. Explicações mastigadas e a demora para alguns desenrolos óbvios são um teste de paciência. O experiente diretor Kiyoshi Kurosawa certamente não trabalhou sozinho e isso custou ao produto final.
Talvez o maior erro da obra seja sua frágil disciplina com os cortes. Extremamente variante, o longuíssimo tem tempo para melhorar e fraquejar diversas vezes. A falta de motivo para várias cenas, nada pequenas, incomoda. Ou seja, toda essa duração é desnecessária e causa aflição. O filme perde muitas oportunidades de ser bem melhor. O roteiro fica cambaleando para entreter, mas a espera por revelações que se julgam extremamente fortes (e, de alguma maneira, são) consegue roubar alguma boa vontade do espectador. Se este ainda não fosse o corte final, eu diria que Shokuzai é uma promessa. Terminado, fica a marca de uma boa ideia mal trabalhada.
