quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Atividade Mais Que Normal

 No longínquo ano de 1999, um filme de orçamento ínfimo fez escola na história do cinema. "A Bruxa de Blair" estourou nas bilheterias e tornou-se um dos longas mais copiados de todos os tempos. Depois dele, o terror nunca mais foi o mesmo. Entre os filmes que conseguiram absorver satisfatoriamente a sua estética de falso documentário estão o espanhol "REC" e este Atividade Paranormal.

O longa original, lançado em 2009, causou um auê nas redes sociais e tornou-se um dos assuntos mais comentados do Twitter. Todos queriam ver Atividade Paranormal por um simples motivo: ele era realmente assustador. Toda a estética cinematográfica proposta por "A Bruxa de Blair" havia atingido o seu ápice criativo e o longa virou a bilheteria mais rentável da história do cinema. Orçado em apenas 15 mil dólares, foi vendido para a Paramount por US$ 350 mil e faturou US$ 194 milhões em todo o mundo. Em tempos de recessão econômica, Atividade Paranormal tornou-se tudo aquilo que Hollywood sonhou: Um longa que custou nada e lucrou muito. E é assim que chegamos até este Atividade Paranormal 4 ("Paranormal Activity 4", EUA, 2012), a terceira continuação da cinessérie de terror.

Novidades? Nenhuma. O espectador que paga ingresso para assistir a quarta parte de um filme já sabe muito bem o que esperar. Assim como "A Bruxa de Blair", as continuações de Atividade Paranormal foram péssimas. Este aqui, por íncrivel que pareça, ganha pontos por não tentar explicar nada. Ao contrário dos longas anteriores, aqui não somos obrigados a engolir nenhuma explicação mirabolante ou mal estruturada sobre o tal karma que atinge os personagens da trama. Temos apenas um filme de terror compromissado com um único objetivo: entreter.

Pela primeira vez, a saga possui protagonistas realmente carismáticos. O casalzinho teen formado pelos atores Kathryn Newton  e Matt Shively realmente funciona. Kathryn, inclusive, é uma talentosa e bela mistura de Hayden Panettiere com Shailene Woodley (a filha de George Clooney em "Os Descendentes"). Ela, que já esteve em "Professora Sem Classe", é uma atriz a se observar.

No fim das contas, o filme não guarda grandes surpresas e pode até desagradar aos fãs de terror. Não dá para negar: A série já caiu na mesmice. Hollywood vem desgastando suas próprias fórmulas para arrancar dinheiro de seus espectadores. Uma atividade que já se tornou mais do que normal. Ao público, só resta aturar essas continuações caça níqueis e aguardar pacientemente por um novo filme de terror. De preferência, um que dê medo. Coisa rara no mercado.
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