
Uma protagonista simpática e uma arte bacana são suficientes para ganhar o público. Mas o que faz uma história de mistério dar certo? Talvez a resposta seja o que faltou para o diretor
Marc Fitoussi em seu novo trabalho: Pauline, a detetive ("Pauline Détective", França, 2012).
Após ser abandonada pelo namorado, a jornalista patricinha Pauline parte para uma viagem de férias com sua irmã e o cunhado na tentativa de esquecer os problemas. O destino? Um luxuoso hotel na costa italiana. Mesmo com toda mordomia do mundo, nossa heroína não consegue simplesmente relaxar. Com faro jornalístico e aptidão para encrencas, ela desconfia que ocorreu um crime no hotel. Empolgada com a possibilidade de envolver-se em um mistério, ela começa a investigar o caso por conta própria
Misturando cores vibrantes com uma fotografia leve, a boa dinâmica visual e qualidade da direção artística ressaltam. Além disso, uma ótima trilha move o trabalho, compondo momentos agitados, serenos e entrigantes. Um espetáculo a parte, que, junto com os padrões de câmera, cria um esquema que funciona bem. Junte isso à efeitos cinematográficos de seriados dos anos 70 e temos uma dinâmica bem interessante, suave e engraçadinha. O longa tem bastante mérito aí.
Trata-se de um estílo próprio e bem legal, mas que não consegue manter-se sozinho. O filme precisa de respaldo, tanto do roteiro como de um ritmo mais dinâmico, o que nem sempre acontece. O texto é fraco e extremamente simples para uma história que se pretende reveladora. Normalmente a 'cena seguinte' chega a ser óbvia. As breves animações (quando a protagonista fantasia manchetes de jornal) e algumas passagens corriqueiras conseguem ser bem divertidas, mas é algo pouco aproveitado. Um dos personagens chega a fazer uma piada comparando Pauline ao desenho do Scooby-Doo. Cá entre nós, o nível do mistério é bem comparável a um episódio da série infantil. Detetive? Tá... Vai nessa.
