
Com um início nos moldes de Amélie Poulain e um final que cheira a Pequeno Nicolau... Oui, oui, Qual é o nome do bebê? ("Le Prénom", França/Bélgica, 2012) é uma típica comédia francesa.
Um nome que começa com "A". Não tão comum nem tão original... E conhecido, muito bem conhecido por todos. Adolf será o nome do filho de Vincent. Quando ele revela a escolha aos amigos, o que deveria ser um jantar agradável se transforma num fiasco. Um líder nazista, mesmo morto, incomoda muita gente; um bebê batizado com o nome dele semeia discórdia numa reunião calorosa de amigos.
"Qual é o nome do bebê?" é o título perfeito para o filme. Não só pelo motivo óbvio, por ser a pergunta que desencadeia todo o conflito, mas por traduzir toda a forma francesa de fazer e pensar as coisas - essa linda fixação em contar o todo por meio da parte, em usar as pequenas coisas, os detalhes mais simples, como escada para chegar aos assuntos maiores. Um humor inteligente, cáustico-docinho, um macaron de limão, nham nham.
Ah, sim, ele é "a comédia que conquistou Paris" e arrastou "mais de 3 milhões de espectadores" para os cinemas por lá. Não foi à toa. Sabe aquela química, aquela liga toda que rola entre os atores? É tanta nesse filme que transborda para a plateia. A direção é ótima, o resultado é digno da excelência de uma companhia teatral ritualística. Aliás, adaptado para os palcos, ele também ficaria uma beleza. Ah, espera, a ordem é inversa! O filme que é adaptação da peça, dos mesmos autores (Alexandre de La Patellière e Mathieu Delaporte). Está explicado.
