Quando Jerry Lewis se olha no espelho, o que ele vê? Um senhor com cabelos grisalhos e pele enrrugada? Não, Jerry Lewis vê um gênio. E é sobre essa genialidade que o filme Jerry Lewis - Loucura e Método ("Method to the Madness of Jerry Lewis", Estados Unidos, 2011) discorre longamente, mas ainda assim de forma cômica. Uma ode à criatividade, loucura, espontaneidade, sucesso e, novamente, genialidade, de uns dos seres humanos (será?) mais engraçados que já viveu, e vive, neste planeta. Na singela opinião desta que vos escreve.
O filme conta toda a trajetória de vida deste humorista de reconhecimento internacional. Foi ainda criança que Jerry percebeu o talento que tinha e tomou gosto por fazer os outros rirem. Não demorou para decidir que sua carreira, e missão de vida, teriam que passar por aí. Sua habilidade para mover o corpo e rosto das formas mais extraordinárias lhe renderam uma singularidade e notoriedade.
Mas foi sua parceria com Dean Martin que o catapultou para um estrelato nunca antes visto e repetido um tempo depois pelos Beatles, como é mencionado no filme. Esse sucesso possibilitou que Jerry fizesse filmes e mais filmes, espetáculos e mais espetáculos, sempre garantindo sucesso de crítica e público. O relacionamento entre Jerry e Martin era inigualável em ousadia e comicidade. Quanto aos rumores sobre até onde eles eram apenas parceiros no palco ou fora dele, nada substancial é dito. O filme menciona que o público não compreendia a proximidade dos dois, que beirava o homossexualismo. Nunca foi confirmada qualquer especulação. Depois de dez anos com Dean, a dupla seguiu caminhos diferentes. Nunca houve qualquer explicação concreta para a separação.
O filme conta com depoimentos ilustres, entre eles de Ed Murphy, Quentin Tarantino, Steven Spielberg e do próprio Jerry Lewis. E, em meio a diversas histórias hilárias e absurdas, senti falta de uma pessoa: Jim Carey, que parece ser a cria perfeita de Jerry (Isso me fez pensar que talvez exista algum conflito entre as partes). Ao longo do filme, descobrimos cada detalhe que tornou este homem um gênio auto-proclamado. Além de escrever seus filmes, ele também dirigia, atuava e tinha seu próprio estúdio para criar as mais diversas peripécias cinematográficas. Até aí tudo bem. Mas pouca genialidade é brincadeira, então, Jerry, ao sentir dificuldade para dirigir a si, inventa o Video Asssit, monitor que possibilita que se assista o que está sendo filmado. Na história, só se viam as cenas depois das filmagens. Portanto, apesar de ser cansativo ouvir mil vezes o quão genial Jerry Lewis é, não podemos discordar e afirmo veemente: Jerry Lewis é um gênio.
