segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Lembrei do Joel



Tenho queda por filmes que abordam temas sobrenaturais de forma questionadora, especialmente quando trazem aspectos culturais e religiosos sobre o assunto. No Japão, acredita-se que a morte é apenas uma passagem entre dois mundos. É disso que Sweet Rain (Japão 2008) trata, colocando a morte como uma profissão do além, sendo uma espécie de guia espiritual que faz essa passagem entre a humanidade e o "algo a mais".

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Chiba (Takeshi Kaneshiro) é um deus da morte que adora música. Sua tarefa consiste em determinar se a pessoa escolhida está pronta para morrer ou não, e analisa vida dela por 7 dias terrestres. Ele aparece em formas humanas e sempre usa luvas brancas, pois seu toque é mortal. No tempo livre ele ouve música em lojas de CD. Quando está “trabalhando” no mundo humano, sempre chove. Assim, ele nunca viu o céu azul.

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O longa tem um roteiro simplório, feito para ser de fácil entendimento. Ao mesmo tempo, traz questionamentos filosóficos profundos sobre o sentido da vida (e da morte), sem soar pretensioso. Curiosamente há momentos de humor inesperados, perfeitamente inseridos no contexto. Mas de tudo, o que mais chama atenção é personificar a morte como um profissional, existindo não só o protagonista, mas inúmeros outros. Fica parecendo que eles tiraram um diploma de morte numa faculdade do além.

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Mas nem tudo são flores, e infelizmente o filme perde muito brilho por detalhes bobos. Chiba presencia três histórias distintas em épocas diferentes: 1985, 2006, 2028, mas não há continuidade entre elas. Seria como se fosse três episódios de um seriado de TV. Outro ponto negativo é não explorarem aspectos referentes a cada ano, sendo impossível determinar a data se não fosse dito no próprio longa. Mas o pior de tudo é que em certo momento o filme tem momentos de ação que soam fora de contexto, destoando da proposta e deixando o espectador, no mínimo, confuso.

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Apesar dos pesares, Sweet Rain é um ótimo filme. Se você tem medo de morrer, sofre a perda de alguém que amava recentemente, ou tem  ligação com o budismo ou espiritismo, provavelmente vai gostar. Dando uma visão mais leve sobre o sentido da vida, é um bom longa-metragem cult. 
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